quinta-feira, 14 de maio de 2015

Sinto bem

Não me sinto bem.
Assim fica mal expresso
Diante de tanto que se passa,
Ante a hedionda TV aberta;
Cada dia marcando a massa.
Alimentando o erro crasso.
Lamentável ciclo que aperta.

Mas, não me sinto bem...
Quando vejo a desdita de meu povo,
Conduzido qual gado ao matadouro,
Dividindo-se por tolas diferenças
Enquanto uns poucos dividem o ouro.
A massa por vezes nem ovo;
Digladiando por gostos e crenças.

Não, não sinto o bem!
Nas palavras do poder instituído,
Que a História atesta o descaso,
Que o vilipêndio popular deveria calar.
Detendo este fatal ocaso,
Onde todo o moral é destruído,
Com o tanto que não se pode falar.

Não, nada sinto do bem.
Nesse estado de impunidade instituída,
Em que o patrimônio público é destruído e vendido.
Onde valores humanos são distorcidos a bel prazer,
Quando o povo é constantemente iludido,
Acabando por ver sua esperança destruída,
Perdidos na distribuição de pães, circo e prazer.

Sinto... Bem...
Que nada disso que digo causará efeito.
Que pouco serei compreendido de fato.
Que sem mártires e sangue inocente tudo permanece.
Que o poder não tolera o desacato.
Enfim, que é preciso muito jeito
Pra materializar o bem que sinto além da prece.
M.R.F.P.
12/05/2015

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